Não havia tortas, nem flores frescas nos vasos,
mas vovó tinha um jardim com dálias, hortênsias, margarida e
muito criança, eu, já percebia que ela adorava flores e folhagens
diferentes das habituais que todos tinham.
E eu, como ela, admirava e no coração eu
bordava ponto por ponto
toda essa simplicidade de vida.
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Madalena era a nona, Ermelinda era a doce vó.
Cuidavam dos capellettis feitos só para o Natal.
Esbanjavam os dotes culinários nessa ocasião.
Faziam imensidão de comida boa, comida honesta.
Tudo era colhido nada se comprava,
só o necessário. Tudo era produzido em casa.
Um formigueiro parecia a casa da vovó;
ninguém parava de trabalhar
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Era uma vida muito séria, tosca,
verdadeira devoção às obrigações.
Nada de novo, rotina dura, sem risos,
sem danças, nenhum agrado às crianças.
Só trabalho e uma obediência cega.
O forno de assar o pão era assim
As meninas cilindravam o pão nosso de cada dia
e eram enormes, cheirosos, douradinhos e fofinhos.
Existe por aqui um pão que lembra perfeitamente o de minha vó:
O pão da rede "Frango Assado"!
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Varanda na casa era enfeite,
ninguém por lá, ignorada.
Casas sisudas. Tudo tinha que ser muito sério.
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Moíamos o café no moedor como esse.
Era fazenda de cafezal, colhido e em casa, torrado
e moído por nós, as meninas.
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A roupa passada no ferro à brasa,
pesado muito pesado. E se assoprava,
escapando cinzas pelo rosto!
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A luz provinha desse lampião;
não cheirava querosene (como as
lamparinas fumacentas) que
iluminava o trabalho noturno.
Sim, antes de dormir, vovó crochetava,
nona amarrava toalhas de saco, no barrado desfiado
fazendo lindos motivos rendados
para enxoval das meninas.
As meninas: Lila, Veva, Ninica e eu, Zezé,
desfiávamos as lãs das ovelhas,
deixando-as fofinhas para a nona fazer acolchoados.
Tudo ao som do rádio à pilha
Brincávamos muito, éramos muito felizes,
mesmos e a gente nem tinha tempo
para perceber o quanto os adultos eram sérios.
Não era country chic, mas era vida linda.
Beijos!!!
Espero que tenham gostado
da minha infância nada Country Chic