quarta-feira, novembro 25, 2015

Não Era Country Chic ...

Não havia tortas, nem flores frescas nos vasos, 
mas vovó tinha um jardim com dálias, hortênsias, margarida e 
muito criança, eu, já percebia que ela adorava flores e folhagens
 diferentes das habituais que todos tinham.
E eu, como ela, admirava e no coração eu
bordava ponto por ponto 
toda essa simplicidade de vida.

(Pinterest)
 Madalena era a nona, Ermelinda era a doce vó.
Cuidavam dos capellettis feitos só para o Natal.
Esbanjavam os dotes culinários nessa ocasião.
 Faziam imensidão de comida boa, comida honesta.
Tudo era colhido nada se comprava, 
só o necessário. Tudo era produzido em casa.
Um formigueiro parecia a casa da vovó; 
ninguém parava de trabalhar

(Pinterest)
Era uma vida muito séria, tosca,
  verdadeira devoção às obrigações.
Nada de novo, rotina dura, sem risos,
sem danças, nenhum agrado às crianças.
Só  trabalho e uma obediência cega. 

O forno de assar o pão era assim
As meninas cilindravam o pão nosso de cada dia
e eram enormes, cheirosos, douradinhos e fofinhos. 
Existe por aqui um pão que lembra perfeitamente o de minha vó: 
O pão da rede "Frango Assado"!


(Pinterest) 
Varanda na casa era enfeite, 
ninguém por lá, ignorada.
Casas sisudas. Tudo tinha que ser muito sério.

(Pinterest)
Moíamos o café no moedor como esse.
Era fazenda de cafezal, colhido  e em casa, torrado
e moído por nós, as meninas.

(Pinterest)
 A roupa passada no ferro à brasa,
 pesado muito pesado. E se assoprava, 
escapando cinzas pelo rosto!

(Pinterest)
A luz provinha desse lampião; 
não cheirava querosene (como as 
lamparinas fumacentas) que
iluminava o trabalho noturno. 
Sim, antes de dormir, vovó crochetava, 
nona amarrava toalhas de saco, no barrado desfiado
fazendo lindos motivos rendados 
para enxoval das meninas.
As meninas: Lila, Veva, Ninica e eu, Zezé,
 desfiávamos as lãs das ovelhas, 
deixando-as fofinhas para  a nona fazer acolchoados.
Tudo ao som do rádio à pilha
Brincávamos muito, éramos muito felizes, 
mesmos e a gente nem tinha tempo
 para perceber o quanto os adultos eram sérios.
Não era country chic, mas era vida linda.
Beijos!!!

Espero que tenham gostado 
da minha infância nada Country Chic

17 comentários:

  1. Oi Maria Luiza,
    Adorei a sua infância Country Chic. Eu sempre fui mais urbana, desde pequena, mas morei em Jaú numa época que criança podia brincar na rua.
    Bjs

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  2. Sabe o que é arrepiu?, assim fiquei lendo a história da sua infância
    Voltei para a minha , era bem assim, a vida era dura, as horas demoravam a passar, a noite corpo cansado e o sono era bem sonhado, hoje temos tempo de sobra, e ainda nos queixamos que falta tempo.
    Temos insonia, e preocupações, com filhos mimados demais, netos, segurança e por aí vai.....
    Mas eu aproveitei muito a varanda das casas da minha nona e tias , pois em casa de mamãe era tomada de flores, não sobrava espaço! kkkkk Adorei!
    um belo dia pra ti!!

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  3. Linda a sua descrição da infância country-chic. A minha avó também se chamava Ermelinda. Temos mais alguma coisa em comum, além dos blogs kkk
    Bjssss amiga

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  4. Que boas e saborosas recordações da infância!
    As imagens enriquecem o texto.
    Agradável ler e ver.
    Um abraço, Maria Luíza!

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  5. Boa noite Maria Luiza,
    A sua infância deve ter sido maravilhosa nessa quinta rodeada de coisas lindas e de tanto calor humano!
    Adorei os seus escritos brilhantemente ilustrados pelas imagens do Pinterest!
    Um beijinho.
    Ailime

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  6. Minha querida ao ler o relato emocionante da sua infância country Chic fui transportada para a minha. E como foi bom recordar viu?
    Linda a sua história Maria Luiza
    Um super beijo

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  7. Querida amiga viajei neste lindo pedacinho de história ,adorei as palavras as imagens ,tudo simplesmente mágico ,muitos beijinhos felicidades

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  8. Maria Luiza,

    Veja só que coincidência...
    Hoje pela manhã, conversei com uma senhora a respeito de minha infância e ela citou a sua também.
    Lendo suas belas recordações, pude confirmar o seguinte:
    Éramos felizes e não sabíamos!
    Hoje essa criançada tem tudo de modo fácil e vive sempre reclamando, não é?
    Belo texto!

    Linda semana!

    Bjksss

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  9. Olá,querida Luzia
    Muito chique seu post e muito linda sua infância!
    Também faço mil doces pelo Natal e nem sou italiana, rs...
    Bjm fraternal

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  10. Olá Maria Luiza!
    Por um momento pensei que era uma poesia retirada de algum livro. Que coisa mais bela! Que texto completo, explicativo e cheio de detalhes da sua infância. Faz uma proposta prá todas nós contarmos nossas infâncias, vai ter história até não acabar mais.
    Amei!
    Bjus

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  11. Olá Maria Luiza! Adorei esta narrativa de tua infância, ainda mais ilustrada com esta belas imagens.Beijo

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  12. PRECIOSA CASA...Y ESE HORNO QUE HERMOSURA.
    CHAUCITO

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  13. Lindo, gostei.
    Um abraço e continuação de uma boa semana.

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  14. Recordações lindas!
    beijogrande

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  15. Maria Luiza,

    Lindíssimo esse post.
    Não era nada chic, mas cheias de boas lembranças.
    Amei as fotos escolhidas que ficaram maravilhosas dentro do assunto.
    Muito bacana, Amei!

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  16. Maria Luiza!

    Seu post me lembrou muito de minha avó e de minha infância, também no interior.
    O nome de minha avó era, por si só, já muito forte e eu o pronunciava seguido, pois achava-o curioso:
    Ernestina Guilhermina Elisabeth. Era chamada pelo último nome.

    Lindo post.
    Obrigada por despertar em nós a saudade de tempos idos, através de tuas palavras tão bem escolhidas.

    Beijo grande
    Ila

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"O espírito se enriquece com aquilo que recebe, o coração, com aquilo que dá" (Vitor Hugo)
Assim sendo, peço-lhe que me dê a alegria de ler seu comentário. Obrigada! Beijos!