"O termo Rito tem vários sentidos. Rito é totalmente diferente que rituais. Muitas pessoas acham que essas duas palavras vêm do mesmo significado, mas rito e rituais têm significados diferentes. No sentido mais geral, é uma sucessão de palavras, gestos e atos que, repetida, compõe uma cerimônia (religiosa, na maior parte das vezes)." São várias explicações, mas tudo isso chamou-me a atenção quando eu via o vídeo do "Pequeno Príncipe." No momento do diálogo em que a raposa discorria sobre a amizade ela disse uma frase que tocou-me muito forte: "É PRECISO RITOS." Sim, acredito que é preciso ritos em tudo que se há de fazer, principalmente nas pequeninas coisas. Rito envolve disciplina. Disciplina é o que está faltando na humanidade ultimamente, causando essa tal correria, essa falta de tempo. Se ritualizássemos, faríamos mais mil coisas. Alguns até diriam...se agendássemos. Mas não teria a mesma cor. Ritualizar: há algo que sagrado, sobrepõe mecanicidade, rotina. Ritualizar é aspergir sacralidade no trabalho e em tudo o que se vai executar para não ficar massante, rotineiro, pesaroso infrutífero. Se eu ritualizo? Morro de inveja de quem o faz. Tenho um fogão novo e estou tentando ritualizar para conseguí-lo sempre limpo, mesmo após ter feito uma refeição. Caramba! Como é difícil! Os ritos da minha igreja católica me emocionam profundamente, dado a sua sacralidade que advém de todo um clima, se for solene então, há incenso, paramentos ricamente bordados, cânticos e tudo com propósito. Deus nesses momentos recebe toda a glória e honra que ele merece. Moisés e Davi guardavam a arca na tenda, Salomão construiu o mais lindo tabernáculo e tudo mergulhado em ritos, porque Yaveh era o tudo. No Japão, há ritos até para o chá. A própria postura corporal deles já é um rito. Há reverência. Eles são os primeiros, podemos dizer, em tecnologia, mas conservam os conhecimentos recebidos nesta questão. Há muito tempo, quando eu era mocinha, lia muitos romances de uma escritora americana que escrevia sobre os costumes da China e do Japão. Eu era apaixonada por estas leituras, pelas descrições dos costumes e tomei conhecimento. Dias atrás, lembrei-me do nome dela. Neste momento que eu preciso, não consigo. Tudo bem. Se eu me lembrar virei aqui rapidinho e o anotarei. Há que se ter ritos. Há que se criar ritos, só ssim haverá mais encanto no viver. Lembrei o nome da escritora que me fascinava: PEARL S. BUCK
Pearl S. Buck (1892-1973) Nobel em 1938, Pearl Comfort Sydenstricker nasceu na mansão rural de sua avó na Virgínia Ocidental, EUA, filha de missionários presbiterianos radicados na China. Passou a infância entre camponeses de Chinkiang, falando o chinês. Aprendeu inglês com professora. De 1910 em diante, fez nos EUA o secundário e Filosofia no Colégio Feminino Randolph-Macon, em Lynchburg, Virginia, onde lecionou Psicologia. De volta à China, em 1917 casou com o missionário John Lossing Buck. A filha Carol nasceu deficiente mental; por isso, e para extrair seu útero com câncer, Pearl voltou aos EUA. Aluna da Universidade Cornell e professora da Universidade de Nanquim, publicou seus primeiros textos sobre as mulheres chinesas. Em 1930, saiu seu primeiro romance, "Vento Leste, Vento Oeste". Já próspera, se divorciou em 1935 e casou com seu editor, Richard Walsh, indo morar numa mansão rural na Pennsilvânia. Ali criou seis filhos adotivos e escreveu mais de cem livros, como "Boa Terra" e "Pavilhão de Mulheres". -- por Renato Pompeu.