Não havia tortas, nem flores frescas nos vasos,
mas vovó tinha um jardim com dálias, hortênsias, margarida e
muito criança, eu, já percebia que ela adorava flores e folhagens
diferentes das habituais que todos tinham.
E eu, como ela, admirava e no coração eu
bordava ponto por ponto
toda essa simplicidade de vida.
(Pinterest)
Madalena era a nona, Ermelinda era a doce vó.
Cuidavam dos capellettis feitos só para o Natal.
Esbanjavam os dotes culinários nessa ocasião.
Faziam imensidão de comida boa, comida honesta.
Tudo era colhido nada se comprava,
só o necessário. Tudo era produzido em casa.
Um formigueiro parecia a casa da vovó;
ninguém parava de trabalhar
(Pinterest)
Era uma vida muito séria, tosca,
verdadeira devoção às obrigações.
Nada de novo, rotina dura, sem risos,
sem danças, nenhum agrado às crianças.
Só trabalho e uma obediência cega.
Só trabalho e uma obediência cega.
O forno de assar o pão era assim
As meninas cilindravam o pão nosso de cada dia
e eram enormes, cheirosos, douradinhos e fofinhos.
Existe por aqui um pão que lembra perfeitamente o de minha vó:
O pão da rede "Frango Assado"!
(Pinterest)
Varanda na casa era enfeite,
ninguém por lá, ignorada.
Casas sisudas. Tudo tinha que ser muito sério.
(Pinterest)
Moíamos o café no moedor como esse.
Era fazenda de cafezal, colhido e em casa, torrado
e moído por nós, as meninas.
(Pinterest)
A roupa passada no ferro à brasa,
pesado muito pesado. E se assoprava,
escapando cinzas pelo rosto!
(Pinterest)
A luz provinha desse lampião;
não cheirava querosene (como as
lamparinas fumacentas) que
iluminava o trabalho noturno.
Sim, antes de dormir, vovó crochetava,
nona amarrava toalhas de saco, no barrado desfiado
fazendo lindos motivos rendados
para enxoval das meninas.
As meninas: Lila, Veva, Ninica e eu, Zezé,
desfiávamos as lãs das ovelhas,
deixando-as fofinhas para a nona fazer acolchoados.
Tudo ao som do rádio à pilha
Tudo ao som do rádio à pilha
Brincávamos muito, éramos muito felizes,
mesmos e a gente nem tinha tempo
para perceber o quanto os adultos eram sérios.
Não era country chic, mas era vida linda.
Beijos!!!
Espero que tenham gostado
da minha infância nada Country Chic
17 comentários:
Oi Maria Luiza,
Adorei a sua infância Country Chic. Eu sempre fui mais urbana, desde pequena, mas morei em Jaú numa época que criança podia brincar na rua.
Bjs
Sabe o que é arrepiu?, assim fiquei lendo a história da sua infância
Voltei para a minha , era bem assim, a vida era dura, as horas demoravam a passar, a noite corpo cansado e o sono era bem sonhado, hoje temos tempo de sobra, e ainda nos queixamos que falta tempo.
Temos insonia, e preocupações, com filhos mimados demais, netos, segurança e por aí vai.....
Mas eu aproveitei muito a varanda das casas da minha nona e tias , pois em casa de mamãe era tomada de flores, não sobrava espaço! kkkkk Adorei!
um belo dia pra ti!!
Lindo, lindo!
Linda a sua descrição da infância country-chic. A minha avó também se chamava Ermelinda. Temos mais alguma coisa em comum, além dos blogs kkk
Bjssss amiga
Que boas e saborosas recordações da infância!
As imagens enriquecem o texto.
Agradável ler e ver.
Um abraço, Maria Luíza!
Boa noite Maria Luiza,
A sua infância deve ter sido maravilhosa nessa quinta rodeada de coisas lindas e de tanto calor humano!
Adorei os seus escritos brilhantemente ilustrados pelas imagens do Pinterest!
Um beijinho.
Ailime
Minha querida ao ler o relato emocionante da sua infância country Chic fui transportada para a minha. E como foi bom recordar viu?
Linda a sua história Maria Luiza
Um super beijo
Querida amiga viajei neste lindo pedacinho de história ,adorei as palavras as imagens ,tudo simplesmente mágico ,muitos beijinhos felicidades
Maria Luiza,
Veja só que coincidência...
Hoje pela manhã, conversei com uma senhora a respeito de minha infância e ela citou a sua também.
Lendo suas belas recordações, pude confirmar o seguinte:
Éramos felizes e não sabíamos!
Hoje essa criançada tem tudo de modo fácil e vive sempre reclamando, não é?
Belo texto!
Linda semana!
Bjksss
Olá,querida Luzia
Muito chique seu post e muito linda sua infância!
Também faço mil doces pelo Natal e nem sou italiana, rs...
Bjm fraternal
Olá Maria Luiza!
Por um momento pensei que era uma poesia retirada de algum livro. Que coisa mais bela! Que texto completo, explicativo e cheio de detalhes da sua infância. Faz uma proposta prá todas nós contarmos nossas infâncias, vai ter história até não acabar mais.
Amei!
Bjus
Olá Maria Luiza! Adorei esta narrativa de tua infância, ainda mais ilustrada com esta belas imagens.Beijo
PRECIOSA CASA...Y ESE HORNO QUE HERMOSURA.
CHAUCITO
Lindo, gostei.
Um abraço e continuação de uma boa semana.
Recordações lindas!
beijogrande
Maria Luiza,
Lindíssimo esse post.
Não era nada chic, mas cheias de boas lembranças.
Amei as fotos escolhidas que ficaram maravilhosas dentro do assunto.
Muito bacana, Amei!
Maria Luiza!
Seu post me lembrou muito de minha avó e de minha infância, também no interior.
O nome de minha avó era, por si só, já muito forte e eu o pronunciava seguido, pois achava-o curioso:
Ernestina Guilhermina Elisabeth. Era chamada pelo último nome.
Lindo post.
Obrigada por despertar em nós a saudade de tempos idos, através de tuas palavras tão bem escolhidas.
Beijo grande
Ila
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