quarta-feira, abril 28, 2010

DAS COISAS QUE ALARGAM MINHA ALMA: AINDA SOBRE O PASTOR E SUAS OVELHAS



 Setenta, oitenta, noventa e nove... só uma não vinha, aquela ovelhinha, a número cem... Assim começa uma música do Pe. Antônio Maria para relatar a parábola da "Ovelha Perdida" e assim, nasce também a minha paixão por ela. Essa paixão veio, há muito tempo atrás, quando eu ainda lecionava, através de um livrinho das Edições Paulinas chamado "Eliseu e suas ovelhas". Era um livrinho lindo e as ilustrações eram apaixonantes. Ele falava de Eliseu, um pastor zelozo e muito apaixonado por suas ovelhas. Contava que logo após o sol nascer, saía com com elas, escolhendo os melhores campos e tomando todos os cuidados e procedimentos, narrados lá no outro. Todas as ovelhas ouviam e obedeciam a voz do pastor, como no evangelho de ontem, mas Talita, não. Ela ficou enjoada daquela vidinha besta de ir e vir, tudo igual, sempre, que certa vez, ela, de olho numa distraçãozinha de Eliseu, escondeu-se numa moita e lá ficou, quase que sem respirar, por causa do sufoco e, qdo já não via mais o pastor, ela saiu da moita assim toda, toda, querendo ganhar o mundo. Andou , andou, deu pulinhos de contentamento achando que estava abafando, mas percebeu que estava anoitecendo e ... o pior... que não saberia retomar o caminho. Uma lagriminha, já teimava em sair e a saudade do seu querido Eliseu, doía. Então, muito triste e já, não chorando, mas berrando a todo pulmão, ela constatou que Eliseu jamais sentiria a sua falta no meio de tantas e tantas ovelhas. E no negror da noite ela caiu num buraco, ficando toda ferida, mas o que mais lhe doía era o arrependimento que dilacerava seu coração. Mal sabia, que ela era a ovelhinha que Eliseu mais amava e deixando as noventa e nove no redil, saiu feito louco , gritando pelos montes o  nome dela. Achando-a,  Eliseu deu-lhe o abraço mais apertado e tomando-a nos braços a levou de volta, todo feliz. Bem, terminada a leitura eles confeccionavam um livrinho, para a reescrita do texto e eu pedia que colassem na última página do livrinho, a música do Pe. Antonio Maria (mimeografada) e cantávamos até.  Naquela época, eu não tinha ainda a maturidade espiritual que tenho agora e nem a sagacidade de ficar espreitando a carinha de todos para ver se tinha sido impactante ou não, só sei que eu fazia aquilo com tanto amor e espontaneidade que só agora eu me indago: semear eu semeei, e colher? Portanto, o que eu não lembrei de lhe pedir naquele momento, eu lhe suplico agora, meu amado Bom Pastor: não permitas que nenhuma daquelas ovelhinhas que passaram por  mim, saiam do caminho. Não deixe que elas sejam " Maria Vai Com As Outras", livro de Tatiane Belinsk que fala a mesma coisa, só que a ovelhina, não se atira lá do Corcovado, mas vai para um restaurante comer uma bela feijoada. Mas... onde anda aquele abençoado livrinho?

terça-feira, abril 20, 2010

DOS MEUS GRANDES AMORES - VOVÓ ERMELINDA



Dos meus grandes amores, minha avó materna Ermelinda era e é aquela pessoa que me dá muito prazer em falar.  
 Silenciosa, introspectiva, mas o que mais ela sabia fazer era se doar.  
Tenho muitas saudades, enormes saudades dela e dos seus bolinhos de arroz. Eram excepcionais. Parecidos como esses aí da foto, que fiz hoje.



O único tempero que havia na fazenda era salsa e cebolinha verde. E os dela tinham o aroma da cebolinha colhida na hora. Tento fazê-los iguais, mas não chego no mesmo gosto deles. Os dela eram compridos e roliços. Os meus de hoje ficaram, no visual, muito parecidos. Só não ficaram no gosto porque pus Fondor e  um tablete de caldo de galinha. Percebam porque a comida autêntica, saborosa, feita com carinho fica entranhada na memória gustativa e você nunca mais esquece?
Não havia nada artificial. Tudo era puro, até a pessoa que os fazia. A cor deles depois de fritos era diferente, com um dourado mais encorpado, talvez porque eram fritos com gordura pura de porco.Vovó passava o arroz numa máquina de moer carne e a cebolinha verde ia junto. Como eles eram gostosos! Eu não lhe falava, mas ela me fazia completamente feliz. Falarei mais dela em outra ocasião,certamente.
Para fazer os bolinhos de arroz compridinhos, basta por no liquidificador, um pouco  de leite mais ou menos 2 xícaras, um ovo, uma pitada de sal e bata para misturá-los. Depois coloque sobras de arroz. Não  coloque tudo de vez, senão o liquidificador pára. Vá aos poucos, com carinho. Quando o liquidificador quase já não vira mais a massa, tire-a colocando-a numa tigela. 
Acrescente agora a farinha, aos poucos e uma colherzinha de chá de fermento em pó , até que você consiga enrolá-los com facilidade. Frite-os até que  fiquem douradinhos.
Para comê-los, molhinho de pimenta vermelha, caseiro. Os meus filhos e neta, lotam de catchup (a praga dos salgadinhos) e mostarda. Ah! vó Ermelinda! Quantas saudades!
Esse foi o meu segundo post desde a criação desse blog.
Hoje eu o estou reeditando por ser amanhã o "Dia dos Avós".

A Igreja faz memória de Santa Ana e São Joaquim, avós de Jesus.



Vovó Ermelinda, meu lindo exemplo!

AVISO AOS NAVEGANTES

Meu blog não tem nenhuma pretenção a não ser aquela de registrar o que sinto na minha alma e no meu coração. Coisinhas simples que alargam a minha alma, fazem meu coração sorrir e me fazem realmente feliz. Gilberto Gil foi verdadeiramente inspirado  quando gravou um comercial, nem sei mais prá quem e ele canta exatamente o que me faz verdadeiramente feliz. Ele canta perguntando: "O que faz você feliz? Então ele enumera coisas bobinhas e simples que nos fazem realmente feliz. E a frase mais importante é  frase do final quando ele pergunta se o que me faz feliz, também faz alguém feliz. Ai! Ai! Que coisa mais linda! Espero também fazer feliz quem ler esses meus escritos. Gosto de estar com a alma e o coração grávidos de emoções e peço a gentileza de serem gentis se encontrarem erros de concordância, ortografia, enfim, peço que não os leiam como críticos, pois não sou escritora, aliás, um sonho que nunca me abandona. Estou aposentada do quadro negro há exatamente 10 anos  e infelizmente a acomodação acontece e acontece braba, pois as vírgulas me alucinam juntamente com as crases e por aí vai. Escrevo no orkut, mas sempre quis um blog para eu delirar. Ok? Ps: Eu não tenho este rosto agora, mas eu quero me achar assim, como na foto, sempre. Não quero esquecer a doçura da época, a ingenuidade e a pureza.

DAS COISAS QUE ALARGAM MINHA ALMA

Das coisas que alargam minha alma, quero falar deste escrito que um dia eu li, mas que entranhou-me  profundamente. E foi assim, num livretinho, pequeno, simplesinho, até feinho que  o sorvi daquela maneira e alargou tanto a minha alma. Até então, sempre eu  o orava como ele é, literalmente. O escrito a que me refiro, do livretinho, discorria sobre o Salmo 23. Havia tanto amor na explicação que ambos, autor e Jesus se fundiam  num só. Ele explicava que as ovelhas precisam de pastor porque além de serem meio bobinhas; terem um olfato simples, pouco eficiente, elas ainda enxergavam pouco. Por esta razão, comiam tudo que vinha pela frente e pela  pouca visão, não distinguiam as ervas e os cogumelos coloridos que eram venenosos. Se ficassem sozinhas, elas cairiam nos buracos, comeriam os cogumelos venenosos, se arranhariam nos espinhos, perderiam o rumo do caminho de volta. Daí o pastor ter o cajado com a ponta arcada, como um cabo de guarda-chuva; era para poder puxar a ovelha, que por ventura viesse a cair num buraco, pois havia terrenos lá no deserto  também pedregosos e com buracos que ele precisava atravessar para achar as verdes pastagens. O pastor zelava ardorosamente pela segurança de suas ovelhas, por isso tinha que ser  muito perspicaz; ele passava à frente delas  para retirar as ervas daninhas e os cogumelos venenosos, se houvessem alguns. Na hora da sede, o cuidado era redobrado. Então, para que as ovelhas não adentrassem no rio, pois tendo lã farta, elas se encharcariam e afundariam, ele simplesmente cavava um rego ao lado para que a água ficasse rasinha e elas pudessem bebê-la sem perigo algum de afundarem. Além do cajado, o pastor levava um embornal para colocar, além de sua comida, o unguento para passar-lhes nas feridas que algumas adquiriam, esbarrando nos espinhos. Com o calor e o suor, muitas mosquinhas vinham ao redor do focinho e as pertubavam tanto, que algumas batiam suas cabeças  nas pedras, se ferindo. O pastor as bezuntava com o unguento, para lhes dar algum alívio. Das coisas que alargam minha alma é saber do amor, lindo o amor de Jesus por cada um de nós, suas ovelhas. Com que  cuidados e desvelos Ele cuida de nós. O Senhor é o meu pastor e nada me faltará. Com que fé e segurança agora eu pronuncio esta frase, meu Senhor. Sei que em verdes pastagens me faz repousar; para fontes tranquilas me conduz, e restaura as minhas forças... Ah! Como eu amo o meu Pastor! Ah! Como eu gostaria de reencontrar esse livretinho, porque assim eu faria dele inúmeros presentes para dar às pessoas e quando elas o recebessem se sentissem felizes, tão felizes quanto eu. 

domingo, abril 18, 2010

DAS AMIZADES QUE CONSTROEM

 

Das amizades que constroem, quero falar de Lurdinha, amiga da minha alma, excepcional em sua generosidade. Ensinou-me  assim, despretenciosamente a fazer "charutinho de repolho", aquele prato árabe que utiliza folhas tenras de uva ( IABRAA) no lugar das folhas de repolho para se enrolar o recheio. Bem, certa vez, contou-me que quando recebia a visita de uma irmã, elas faziam o tal charutinho e passavam o dia inteiro entre conversas e saboreando os charutinhos. Não era uma refeição só, assim, num repente. Ela acontecia no decorrer do dia e das conversas. Então aprendi a poesia do charutinho de repolho. Contando pra mim, eu conseguia vislumbrar o carinho fraterno; a irmã não encontrava pronto; punham-se as duas na feitura e na prosa carregada de novidades, emoções, lembranças. Nunca eu os houvera feito. E começou assim, minha vontade de fazer os benditos charutinhos. Bem, para fazê-los vou em busca de um repolho de tamanho médio,que possua as folhas bem verdinhas e necessáriamente tenho que sentir que delas sairá lindos charutinhos. Gosto deles pequenos, elegantes. Na feitura, preciso é de uma panela com água fervente e que ele caiba  inteiro. Antes de mergulhá-lo naquela água, faço uma incisão com uma faquinha de mesa, ao redor do talo e vou contornando-o profundamente. Isto se faz necessário para que as folhas desprendam-se facilmente, sem rasgá-las. Coloco o repolho na água fervente e deixo-o ali com a parte do talo virada para o fundo da panela por uns momentos. Veja bem: não é para cozinhá-lo. É só um tempo suficiente para que as folhas aquecidas se soltem facilmente do repolho e adquirem maleabilidade no manuseio. Bem, retiro a folha com cuidado para não rasgá-la e com aquela faquinha então, corto um pouco por cima, aquele talo da folha. Corto de maneira que não fique aquela saliência alta. Isso fará com que a folha se dobre com facilidade. Chegou a hora de recheá-los. O recheio tem que ter perfume de hortelã, limão, cebola picadinha, pimenata síria. Humm! O cheirinho leve da canela que esta pimenta tem é delicioso. Coloco neste tempero a carne moída e arroz cru. Misturo bem para que os sabores se agreguem. Agora sim, a poesia vai se completar. Coloco o recheio na folha e com todo amor, carinho e delicadeza, começo a enrolá-lo, dobrando as laterais para dentro. Pronto! Ele fica lindo! Perfeito! Então, arrumo-os um ao lado do outro na panela, bem juntinhos, apertadinhos. Cubro-os com um delicioso refogado de tomates com cebola, alho e azeite. Vou fazendo as camadas de charutinhos e molho. Há mil variações. Eu prefiro esta que assimilei de minha amiga Lurdinha. Acredite, quando eu os faço, sinto verdadeiramente o  amor e a poesia se fundirem numa inebriante e saborosa alquimia culinária com perfume de hortelã e canela. Na cozinha, com amor, acontece a verdadeira alquimia. Escrevi isso porque descobri que minha filha Raïssa disse que adora os charutinhos. Ps: a foto não é  minha. Acesse tbém: http://casatorta.wordpress.com/2008/03/05charutos de repolho.
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